A dúvida provoca a inteligência.
No que respeita ao conhecimento pronto, este é decerto o pior inimigo das nossas mentes, pois inculcar tal tipo de ideias preconcebidas não permite fundamentar e expandir as nossas verdadeiras opiniões. Não concebo que haja indivíduos incapazes de pensarem por si mesmos neste mundo e, como tal, não vejo razão para não se exprimirem de livre e espontânea vontade, porque saber expor o que nos vai na alma é saber expor a realidade e os seus factos, mesmo que isso implique confrontarmo-nos com opiniões opostas ou com outras com que não concordamos. Sempre que nos deparamos com os media ou até com uma força política, não devemos deixar-nos iludir pelas belas palavras, mas sim fazer tábua rasa dessas ideias que, à força pretendem paralisar o nosso sistema cognitivo.
O saber e a dúvida são os nossos únicos aliados neste combate, na medida em que só com eles conseguimos transmitir interesse pelo que nos rodeia, abrindo-nos caminho para uma visão mais clara e ampla sobre o mundo.
Como uma flor que necessita de água e sol para ser bela, também a inteligência merece informações actualizadas para ser cultivada, mas, por sua vez, essas informações devem passar por etapas de selecção informativa, isto é, privilegiar o essencial e construir a sua própria opinião à volta desse tema e pesar os prós e os contras.
Para tal, basta, desde muito cedo, privilegiar uma educação aberta e sensível aos assuntos do quotidiano que vão surgindo, porque viver cada dia que passa é também instruir-se, mesmo com as coisas mais banais existentes à nossa volta, basta só olhar com atenção para as coisas demasiado escondidas…
Elsa Santos, aluna de Línguas Aplicadas, Universidade do Minho