sexta-feira, dezembro 29
domingo, dezembro 24
quinta-feira, dezembro 21
quarta-feira, dezembro 20
sexta-feira, dezembro 15
2. Explicitação das tipologias.
2. Tipologia do dinheiro: de Afonso I a Afonso II
3. Tipologia do dinheiro: de Afonso III a D. Fernando
a) Cruz
b) Escudetes
c) Legendas
d) Diferentes
e) Metrologia
e1) Peso e Lei
e2) Módulo
3. Considerações gerais
4. A classificação será feita prioritariamente pelas variantes da morfologia e pela disposição dos elementos que cantonam a cruz. São conhecidas de momento 40 variantes. Há a possibilidade de encontrarmos outras.
O quadro organizativo contemplará ( aproveita-se o quadro de Maria Ferro: Catálogo, 1978):
0 – Foto da moeda: anverso e reverso
A – Nº da espécie catalogada
B – Cronologia
C – Classificação
D – Metal
E – Peso (grs)
F – Módulo (mm)
G – Valor nominal
H – Legenda:
H1 – Anverso
H2 – Reverso
I – Tipo:
I1 – Anverso
I2 – Reverso
J – Eixo
L – Casa da Moeda
M – Processo de amoedação
N – Estado de conservação
O – Observações pertinentes
quinta-feira, dezembro 14
quarta-feira, dezembro 13
segunda-feira, dezembro 11
quarta-feira, dezembro 6
PASSOU O OUTONO...
Passou o Outono já, já torna o frio...
- Outono de seu riso magoado.
Álgido Inverno! Oblíquo o sol, gelado...
- O sol, e as águas límpidas do rio.
Águas claras do rio! Águas do rio,
Fugindo sob o meu olhar cansado,
Para onde me levais meu vão cuidado?
Aonde vais, meu coração vazio?
Camilo Pessanha, Clepsidra
segunda-feira, dezembro 4
quinta-feira, novembro 30
terça-feira, novembro 28
segunda-feira, novembro 27
sábado, novembro 25
quarta-feira, novembro 22
segunda-feira, novembro 20
Por definição, o complemento de nome é o constituinte do grupo nominal que se encontra à direita do núcleo e é seleccionado por ele. Logo, pode ser um grupo adjectival, preposicional ou frásico. Até aqui tudo bem, nenhuma dificuldade. Mas, e aqui está a dificuldade, como saber se o complemento é seleccionado pelo nome? Eis como o factor semântico é fundamental. Quem disse que a semântica não interessa?
domingo, novembro 19
quinta-feira, novembro 16
terça-feira, novembro 14
A expressão não parece a mais correcta, mas se o povo a diz, é porque existe. Compreende-se: a nossa vida tem dias melhores e outros piores, às vezes apetece-nos partir a loiça toda, outras somos uns anjinhos, muito calmos e molengas. Portugal também tem dias, tudo depende da disposição dos nossos governantes. Eu gostava que o meu país tivesse mais milénios, mais séculos, e que os portugueses o amassem profundamente, como se ama o pai e a mãe, e a terra que nos viu nascer. Não sei, porém, se terá dias. Que a coisa, como dizem os nossos gerundivos brasileiros, tá rolando preta, tudo fugindo prà estranja em busca do pãozinho. Sei não...
segunda-feira, novembro 13
domingo, novembro 12
O rato vai morrer. Quem o afirma é Bill Gates, o patrão da Microsoft. E o papel. E, já agora, o teclado. Para as árvores, a notícia é excelente. Para os fabricantes de teclados, é má, muito má. Para os ratos, coitados, nem se fala. Segundo Gates, o ritmo da evolução tecnológica vai aumentar. Tudo será resolvido pela voz e pelas mãos. Ainda bem que o tacto vai continuar com função, convém, não é verdade? Os chineses é que não parecem muito preocupados com estas inovações. Aliás, tentam impedi-las a todo o custo. Mas, Internet para quê, perguntam os chineses, que crescem em taxas de mais de dez por cento ao ano. E realmente… Gates é um retórico. Pergunta ele, referindo-se à China: interessa ou não que a Internet possibilite um maior acesso à informação disponível naquele país? Grande pergunta. E se transferíssemos a mesma pergunta para este pequenino Portugal?
sexta-feira, novembro 10
QUADRANTE DE OSSONOBA?
De acordo com Alberto Gomes, em Moedas Portuguesas, 2001:38 “Ossonoba identifica-se com a primitiva povoação, de origem anterior ao domínio romano, presumivelmente de fundação cartaginesa, existente no local onde é a cidade de Faro. Todavia, foi anteriormente localizada no sítio de Mireu, em Estoi, a 9 Km da capital do Algarve. Durante o século I a.C. bateu moeda talvez em duas épocas diferentes, a que correspondem tipologias diferenciadas, de que se conhecem presumíveis dupôndios em cobre e divisores em chumbo, estes quase todos mostrando bastante desgaste”.
Não deixa de ser interessante a referência a presumíveis dupôndios quando, na página 38, surge um dupôndio com 23,10 g e referência 28.02.
A verdade é que possuo dois exemplares de OSSONOBA muito desgastados, de que o da imagem é um dos exemplos. Tenho dificuldade em classificá-lo. Parece-me um quadrante, mas também pode ser um sextante. À esquerda é visível uma nave; à direita, um atum e, debaixo, a referência OSO. O material é o chumbo, o diâmetro é de 13 mm e o peso 2,6 gramas.
Gostaria que me ajudassem a classificá-lo. Já agora, podemos aproveitar para aprofundar o conhecimento destas moedas de OSSONOBA.
quarta-feira, novembro 8
http://www.forum-numismatica.com/viewtopic.php?t=8300
http://www.forum-numismatica.com/viewtopic.php?t=8182
http://www.forum-numismatica.com/viewtopic.php?t=8223
terça-feira, novembro 7
SÓLIDO DE REQUIÁRIO?
Marques Mendes alia-se a Jardim no voto sobre a lei das finanças regionais. Em Política, parece não haver princípios, nem vergonha.
Eduardo Prado Coelho, PÚBLICO, 06-11-2006
segunda-feira, novembro 6
Dizem os psicólogos: a televisão é parcialmente responsável pela violência infantil. E explicam tal facto com a forma como os filmes são feitos, com os valores que são implicitamente transmitidos, com a valoração de heróis que vencem sempre os seus inimigos à força da bala, do murro ou da patada. Dantes, o cow-boy era o herói. Os vilões eram os índios. E os heróis ganhavam soprando, ufanos, o cano do revólver, enquanto o pobre índio agonizava, impotente, com os seus frágeis arco e flecha. Hoje temos o grande Super-Homem, o inimitável Homem-Aranha, o horrível Dragon Ball e todos os estilhaços esqueléticos que voam pelos ares. Hoje já ninguém lê contos de fadas.
Preocupados, os psicólogos berram com os pais. A culpa é deles, que não filtram o que os filhos vêem. E têm parcialmente razão. Mas, perante a miserável e exigente vida actual, que pais podem estar sistematicamente perto dos filhos para controlarem aquilo que vêem? Eu diria que é uma missão quase impossível, e que os nossos filhos são espectadores e sujeitos da violência imposta.
Se a televisão, a Internet, são hoje instrumentos insubstituíveis na sociedade actual, não lhes competirá, à partida, a filtragem dos conteúdos e das imagens violentas?
Com um controlo mínimo e sub-reptício, sempre dei aos meus filhos liberdade e autonomia para verem e lerem o que quisessem. Mas sempre me preocupei em conversar com eles sobre alguns conteúdos, sobre algumas mensagens ou imagens mais perturbadoras. Não sei se consegui educá-los bem a cem por cento. Sei, no entanto, que são jovens calmos, ponderados, alegres e ciosos de aprender. Oxalá todos os pais pudessem agir com os filhos como eu tenho agido. Mas, às vezes, nós agimos e a coisa corre torta. Educar é tão difícil…
domingo, novembro 5
sábado, novembro 4
Diz Mido, o internacional egípcio do Tottenham, a propósito de Mourinho:
A primeira vez que ouvi falar de Mourinho foi quando estive emprestado ao Celta de Vigo e o Benni McCarthy foi cedido ao Porto. Perguntei-lhe por que razão trocava o futebol espanhol pelo português e ele respondeu-me “porque têm um treinador fantástico. Não é fácil manter todos os jogadores motivados quando se tem uma grande equipa, todos falam sobre ele com um grande respeito".
Pois é. Este tipo de respeito conquista-se pelo exemplo. Ninguém o impõe, é impossível. Os outros falam assim de Mourinho. Os nossos, com a célebre dor de cotovelo, é o que se vê.
quinta-feira, novembro 2
quarta-feira, novembro 1
Porque
Porque os outros se mascaram e tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não
Porque os outros são os túmulos calados
Onde germina calada podridão
Porque os outros se calam mas tu não
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo
Porque os outros são hábeis mas tu não
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos
Porque os outros calculam mas tu não.
segunda-feira, outubro 30
UM PONTINHO, NADA MAU...
O que sabemos é que entre 1580 e 1640 Portugal foi governado pelos Filipes espanhóis. Com a Restauração, em 1640, e com o esforço de guerra, o país necessitava de recuperar a credibilidade económica. D. João IV publicou vários decretos para evitar a fuga de valores, ouro, prata e outros metais, e para reajustar o valor da própria moeda. Por alvará de 1 e 3 de Fevereiro de 1642, e dado que não era possível fundir e cunhar toda a moeda de prata que circulava no reino, determinou-se contramarcar várias moedas com os desenhos de 120, 100, 60 e S0. A marca de 60 reis foi aposta no meio tostão de D. Manuel I, D. João III, D. Sebastião, Governadores do reino e Filipes. Por conveniência, foi também aposto no real de Espanha.
domingo, outubro 29
sexta-feira, outubro 27
quinta-feira, outubro 26
quarta-feira, outubro 25
terça-feira, outubro 24
segunda-feira, outubro 23
domingo, outubro 22
O papa Bento XVI acaba de usar a força deste mito aplicando-a ao comportamento do ser humano actual. Os avanços em Inteligência Artificial possuem um potencial transformador de tal modo profundo que devemos parar um momento para analisar as consequências éticas deles resultantes. Usar embriões humanos na própria medicina é, por exemplo, um dos aspectos a considerar, pois põe em causa a nossa própria condição humana. Podemos criticar a Igreja pelo seu posicionamento em vários temas, mas acho pertinente o uso que o Papa faz do mito: a ciência, frágil e sem fundamentação ética bem alicerçada, vai chocar frontalmente com o Sol. Isto se, entretanto, a cera não se derreter pelo caminho...
sábado, outubro 21
sexta-feira, outubro 20
1/2 VINTÉM D. JOÃO II
Bom dia!
quinta-feira, outubro 19
FELIZ ANIVERSÁRIO
A BIRTHDAY
Christina Rossetti
My heart is like a singing bird
Whose nest is in a water'd shoot;
My heart is like an apple-tree
Whose boughs are bent with thick-set fruit;
My heart is like a rainbow shell
That paddles in a halcyon sea;
My heart is gladder than all these,
Because my love is come to me.
Raise me a daïs of silk and down;
Hang it with vair and purple dyes;
Carve it in doves and pomegranates,
And peacocks with a hundred eyes;
Work it in gold and silver grapes,
In leaves and silver fleurs-de-lys;
Because the birthday of my life
Is come, my love is come to me.
Qu'est ce qu'une femme ? C'est un être qui ressemble à un homme mais qui réfléchit toujours comme un enfant. Toute femme a quatorze ans, dit-on. Un être égal à l'homme ? Jamais ! On l'aime parce que comme un arbre, elle peut donner des fruits, c'est-à-dire des enfants. Et comme un arbre, sous son ombre, on peut se reposer, elle peut vous procurer du plaisir.
Voilà la conversation que j'ai eue un jour avec un homme à la clôture d'une conférence. Et à partir de ce jour, j'ai compris que les femmes, non seulement en RDCongo, mon pays, mais dans beaucoup de pays du tiers monde, étaient enchaînées. Enchaînées par les coutumes, enchaînées par les hommes, enchaînées même par leur propre peur de se libérer, d'oser.
Leio esta entrevista, penso nas mulheres do meu país, na sua progressiva emancipação, e tento imaginar a sua função em sociedades com culturas e mentalidades tão marcadamente patriarcais. Tento imaginar, não sei é se consigo chegar lá…
quarta-feira, outubro 18
De vez em quando, há uns tremeliques na net, as estatísticas escoiceiam as mentes mais ousadas que, na ânsia de visitações, lá vão tecendo loas à coitada da Aninhas ou à ousada e marítima Cicarelli. Por aqui, o truque poderia ser o Eça de Queirós, muito badalado nas aulas portuguesaicas. Mas, porém e todavia, talvez não fosse tanto assim. Porque isto de procurar Os Maias não tem, reconheçamos, a importância visual e emotiva de ver as poses da Paris Hilton, ou os tiques da buereré Malhoa em pleno sobressalto. Escolhas. Compreensíveis, aliás.
terça-feira, outubro 17
EUGÉNIO DE ANDRADE
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros
e a luz impura, até doer.
É urgente o amor,
é urgente permanecer.
O presidente do Governo Autónomo dos Açores recusa aplicar taxas de internamento. O argumento é simples e linear:"Eu não posso dizer a um utente pobre que necessite de internamento: ' O senhor não tem dinheiro e ficará em sua casa e morrerá”. Carlos César é um homem sensível. E faz bem ao recusar-se. O direito a cuidados de saúde básicos é um direito inalienável, e nenhum governo deveria pô-lo em causa. Ao instituir o princípio “ se não tens dinheiro morres”, este governo prova que despreza os pobres e os infortunados e isso é socialmente inaceitável.
Estamos entregues à bicharada. Os salários estão congelados há séculos. A inflação deglute a todo o momento quaisquer economias. A água sobe e com ela a taxa do lixo. A gasolina sobe, mas quase nunca baixa. Os medicamentos sobem e as comparticipações desaparecem. As taxas moderadoras sobem. Os internamentos sobem. Os direitos descem, ou antes, desaparecem. O povo português já só tem obrigações, não tem direitos. Agora a electricidade vai aumentar 15,7 por cento para quase todos os consumidores. Incrível, não é? E ninguém se importa. Ou antes: ELES importam-se, mas com ELES. Até um dia.
segunda-feira, outubro 16
De calaim são feitos o malaquês de D. Manuel I, o bastardo de D. João III e de D. Sebastião, etc. No livro de Ferraro Vaz, Dinheiro Luso-Indiano, parece haver alguma confusão com tutanaga, que era uma liga esbranquiçada de cobre, zinco e níquel, com um pouco de ferro, prata ou arsénio.
Em obras recentes, o neurobiólogo português António Damásio, expondo resultados da sua investigação na Universidade de Iowa, Estados Unidos, questiona a tese cartesiana do cogito ergo suum, a qual fundamenta a afirmação universal de que o ser humano é um ser racional. Com Damásio, a razão abre as suas portas à emoção de tal forma que, de repente, o paradigma civilizacional parece inverter-se: a emoção está na moda, a razão já foi.
Há dias, procurava eu nos dicionários a palavra xi-coração, usada em todos os cantos pelos falantes do português. Procurei-a, mas não a encontrei. Encontrei a forma chi-coração que, assumindo-se a função normalizadora dos dicionários, será a forma correcta. Das duas formas, prefiro a que leva um X. Já repararam que o X contém a sugestão do abraço apertado que, afinal, a palavra significa? Em CHI não sinto isso, parece-me uma forma insípida de representar a profundidade da emoção.
Num fórum em que participo, esclarecemos este aspecto. Racionalmente, deveremos escrever CHI-CORAÇÃO, pois assim o diz o dicionário. Mas qual quê? A emoção prevalece, e todos continuam a escrever XI-CORAÇÃO. Perante isto, que fará o dicionarista? Cada vez me inclino mais para as teses de Damásio.
domingo, outubro 15
Camilo Pessanha
Só, incessante, um som de flauta chora,
Viúva, grácil, na escuridão tranquila,
- Perdida voz que de entre as mais se exila,
- Festões de som dissimulando a hora.
Na orgia, ao longe, que em clarões cintila
E os lábios, branca, do carmim desflora...
Só, incessante, um som de flauta chora,
Viúva, grácil, na escuridão tranquila.
E a orquestra? E os beijos? Tudo a noite, fora,
Cauta, detém. Só modulada trila
A flauta flébil... Quem há-de remi-la?
Quem sabe a dor que sem razão deplora?
Só, incessante, um som de flauta chora...
sábado, outubro 14
Não sei qual a razão para o excesso de faltas. Existe uma lei que o penaliza, e a lei é para cumprir.
Também sei que, na estrutura actual, de responsabilização dos pais (então a ministra não quer pôr os pais a avaliar os professores?), deveria ser suficiente a justificação das faltas por si apresentadas. Nenhum pai quererá que o seu filho falte à escola, e se isso acontece é porque existem motivos ponderosos. Portanto: se o pai justifica as faltas, elas devem ser imediatamente justificadas pela escola.
Não se compreende, portanto, que falta de senso houve numa escola que reteve, no sétimo ano, uma aluna de alto nível.
O Ministério, como sempre, lava as suas mãos, e propõe que a aluna transite ao abrigo de uma lei feita para os sobredotados. É de gargalhar.
Tudo se resume, na minha opinião, a uma questão de poder. Imagino que o Conselho de Turma se limitou a cumprir a lei. Se o fez, fez mal. Imagino também que houve questões pessoais pelo meio, só pode ter sido. Porque isto de reprovar uma aluna de aproveitamento excelente não lembra nem ao diabo, seja quais forem as circunstâncias. Porque se a escola faz isto, para que serve a escola? É tudo uma questão de bom senso.
sexta-feira, outubro 13
quinta-feira, outubro 12
Isto é uma grande salgalhada, uma confusão, ninguém se entende. O governo reforma, não reforma, se calhar ainda é reformado daqui a uns minutos, Portugal perde com a Polónia, que havia perdido com a Finlândia. Tudo às avessas. Um familiar diz-me que o convidaram para a Irlanda, 10 mil por mês, abri os olhos de espanto: hem? quanto? Me aguarrrrde que também vou… Isto por aqui é uma tristeza, não se ganha nem para tremoços. Impostos daqui, impostos dacoli, taxas moderadoras daqui, mais anos de trabalho dacolá. Não há pachorra para isto…
Ah… o meu amigo Avelino não gosta de salgalhadas, prefere salganhadas. Aqui o corrector ortográfico considera errada a forma salganhada. Eu também a consideraria, porque nunca a ouvi ou li. Consulto vários dicionários e nicles. Mas, voilà, há um actualizado.E qual é, qual é? Só podia ser o da Academia. Tem lá: salganhada, o mesmo que salgalhada. Pequena corruptela. Estás salvo, Avelino!
quarta-feira, outubro 11
Diz-se cerceada a moeda que foi diminuída fraudulentamente no seu peso, por corte, limadura, raspagem, etc., para se lhe extrair metal. O cerceo ou cerceio pratica-se sobretudo nas moedas de ouro e prata. Contra os cerceadores cominam as Ordenações Afonsinas, liv. V, tit. 82, a pena de açoute, seguida de dois anos de degredo, exceptuando-se as pessoas privilegiadas, em que a pena se atenuava em multa e um ano só de degredo.
terça-feira, outubro 10
Neste exacto momento, estou entusiasmado com os meus amigos do Fórum. A ideia é a de criar uma Revista dedicada aos diversos assuntos que vamos discutindo. A ideia foi lançada, nota-se receptividade e entusiasmo, acho que, com calma e tempo, vamos construir algo de que nos vamos orgulhar. Vou dando notícias.
Poeta francês (1522-1560)
Si notre vie est moins qu’une journée
En l’éternel, si l’an qui fait le tour
Chasse nos jours sans espoir de retour,
Si périssable est toute chose née,
Que songes-tu, mon âme emprisonnée ?
Pourquoi te plaît l’obscur de notre jour,
Si pour voler en un plus clair séjour,
Tu as au dos l’aile bien empanée ?
Là, est le bien que tout esprit désire,
Là, le repos où tout le monde aspire,
Là, est l’amour, là, le plaisir encore.
Là, ô mon âme au plus haut ciel guidée !
Tu y pourras reconnaître l’Idée
De la beauté, qu’en ce monde j’adore.
segunda-feira, outubro 9
Este rei Dom Pedro nom mudou moeda por cobiça de temperal gaanho, mas lavrousse em esse tempo mui nobre moeda de ouro e prata sem outra mestura, a saber, dobras de boom ouro fino (…). A outra moeda meuda eram dinheiros alfonsiis, da liga e valor que fezera elRei Dom Affonso seu padre…
Fernão Lopes, Crónica de D.Pedro.
Lemos Fernão Lopes e ficamos um pouco admirados. Por onde andam estas moedas de ouro atribuídas a D. Pedro? Pelos vistos, o cronista enganou-se, e foi mesmo D. Dinis quem primeiramente as lavrou. De resto, D. Pedro deve ter cunhado muito pouca moeda, porque até os pequeninos dinheiros são raríssimos (embora haja alguma confusão com dinheiros similares de D. Dinis, tudo por causa de um P e de um D).
A propósito deste P e deste D, tenho andado a estudar, muito calmamente, os dinheiros dos dois monarcas. E lhes garanto que diferença certa, certa, é mesmo a que existe entre estas duas letras. O problema é que, na maior parte dos casos, elas são tão parecidas que não é possível distinguí-las.
Relativamente aos dinheiros de D. Pedro, por tudo o que analisei até este momento, concluo que:
A) Todas as legendas do anverso se situam entre dois círculos granulados.
B) Todas as legendas do reverso são cortadas pelos escudetes, estruturados em cruz, e inscrevem-se entre dois círculos granulados.
C) No que respeita ao tipo do anverso, há uma cruz equilateral no centro, cantonada por dois crescentes e duas estrelas, embora haja uma ou outra excepção de quatro estrelas, ou de uma estrela e três crescentes.
D) Os escudetes do anverso são postos em cruz, com cinco besantes em forma de aspa (><).
E) As legendas que ladeiam os escudestes são diversas, e obedecem à seguinte ordem:
AL GA RB II
GA RB II AL
Excepcionalmente, é possível outra ordem.
F – As legendas do anverso são variadas:
1. P. REX PORTVGL
2. P: REX P.ORTGL
3. P. REX PORTVGL.
4. Outras possibilidades.
O módulo varia entre 18,5mm – 15,5mm
O peso varia entre 0,69g – 0,37g
Gostava de aprofundar este tema e de registar as participações aqui no metakrítico.
Em Portugal, a crença na tríade continua: Fátima, Fado e Futebol, com declinação fadista. Dantes ouvia Amália, Farinha e Marceneiro; agora nem a Marisa. Não sei porquê, mas o fado já não é o que era, nem o hóquei, nem as touradas. Novos valores se alevantam, como dizia o poeta. De Fátima temos a dose do costume. Que nos valha o futebol! Vocês já imaginaram o que seria deste país sem o futebol, sem o apito dourado, sem os valentins e sem os valentões? Somos uns queixinhas, é o que é. Os clubes não valem um chavo, mas temos a selecção, que nos tem dado tantas alegrias. Aqui ao lado, nuestros hermanos, todos impantes com clubes campeões ( ele é a Real e o Barcelona, ele é o Valência e até o Sevilha). Caramba: o Sevilha é neste momento a melhor equipa do mundo! Mas a selecção, meu Deus, a selecção… Pois é: os espanhóis não ganham uma e, comparados com Portugal, ficam na poeira. Porque o Ronaldo e o Ronaldinho não são espanhóis. Porque o Deco não é espanhol. Dói ler a forma como nuestros hermanos carpem as suas mágoas futebolísticas. Os periódicos esquecem as notícias e falam do Aragonês. Leiam o El Mundo e condoam-se. E cantemos de galo!
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