quinta-feira, junho 18

O ROBERTO


A morenaça descaía-se em requebros. Era uma pita bem amanhada, transeunte na zona dos frangos que, salto aqui, salto acolá, atraía mil olhares concupiscentes. Um, muito baixinho, chamou-lhe gata, e disse miau. Outro, de olhos ferventes, apelidou-a de brasa. E seguiu-a, feito manhoso, em salamaleques disfarçados. Na zona da fruta, chamou-lhe pêssega e ela toda se frutesceu. O homem da peixaria, de olhos inchados, só pode ter pensado em truta, tal o peixão que tinha na sua frente. O que eles não sabiam era que o Roberto tinha posto silicone em certos sítios e vendia frango assado. Que era o principal ofício lá num bar da esquina. De mamas empinadas, adorava trocar os olhos aos palermas do Braga Parque.

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