O ROBERTO
A morenaça descaía-se em
requebros. Era uma pita bem amanhada, transeunte na zona dos frangos que, salto
aqui, salto acolá, atraía mil olhares concupiscentes. Um, muito baixinho,
chamou-lhe gata, e disse miau. Outro, de olhos ferventes, apelidou-a de brasa.
E seguiu-a, feito manhoso, em salamaleques disfarçados. Na zona da fruta, chamou-lhe
pêssega e ela toda se frutesceu. O homem da peixaria, de olhos inchados, só
pode ter pensado em truta, tal o peixão que tinha na sua frente. O que eles não
sabiam era que o Roberto tinha posto silicone em certos sítios e vendia frango
assado. Que era o principal ofício lá num bar da esquina. De mamas empinadas, adorava
trocar os olhos aos palermas do Braga Parque.
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