terça-feira, junho 16

A MOSCA E A ASNEIRA


Coitada da mosca. Que tem ela a ver com os dislates, com as bocas abertas e com o sorriso asnal? Mas o povo tem destas coisas, gosta de sublimar o ridículo das situações e pimba, toca a malhar no inseto. Porque o que está em causa é o asno, ou a asna, que a fêmea também merece cidadania. Em linguagem mais vibrante, nós gostamos de chamar burro ao animal e pronto, mas o núcleo vibratório é mesmo asinino, e é assim que este dito é reconhecido: quando fulano abre a boca, ou entra mosca, ou sai asneira. E a asneira será o dito, ou o ato, próprio dos asnos, isto é, dos inteligentes de uma certa gleba. Há por aí uma asnada que asneia que nem lhes digo. De tal forma que até o Eco se abespinhou. Alguns asneiristas retrucaram e tentaram, de forma eufemística, cambiar a asneira pela asneirola, mas acho que não conseguiram. O amigo do amigo lá tentou dar explicações pseudocientíficas sobre uma peça triangular de madeira em forma de V com as pernas bem abertas, mas não convenceu ninguém. Definitivamente, os nossos primeiros podem não comer muitas moscas, mas que daquelas profundidades profundas sai muita asnice, lá isso sai!...

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