quarta-feira, abril 6

PEGAMOS NO SOL

Pegamos no sol e na lua e vestimo-los de metáforas.
Da terra, apanhamos com as mãos
Uma gota de vento e um grânulo de chuva.
Vertemos tudo no cadinho que se chama coração.
Dizemos então, convictos da verdade: amo-te.
Mas as metáforas são imagens, não são realidade,
E o cadinho apenas funde o que tem substrato,
Não funde o vento nem raios de sol,
Nem tão-pouco a ideia do amor,
Por muito que ele tenha
(pensamos nós)
Quilates de ouro e prata,
Como a mentira, absolutamente indestrutíveis.

José Silva, 06.04.2010

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