sexta-feira, maio 1

A VEZ DOS PORCOS

Eu já sabia: isto das doenças é cíclico. Se bem me lembro, a doença mais antiga teve origem no estupidosaurus, um réptil da família dos sáurios gigantes que habitavam nas montanhas do Gerês. Naquele tempo, até as lagartixas espirravam e as caracoletas choravam. Eu sei isto porque investiguei in loco as manchas negras de alguns rochedos da zona da Pedra Bela. Depois, ao longo do tempo, as gripes, principalmente essas, voaram de espécie em espécie, até chatearem os humanos. Como não podia deixar de ser, pelas Africas foram os macacos os culpados. Depois, consta que foram os texugos, fedorentos até à testa. Ultimamente, por causa de umas farmacêuticas que necessitam de encher o bandulho, foram, respectivamente, os crocodilos da Alsácia, os bisontes catalães, os dromedários da Islândia e, pasme-se, as vacas inglesas e as aves da Gronelândia. É verdade, que é feito das vacas de olhos retorcidos? Parece que, cheio o bandulho de quem engorda à custa do Zé, as vacas se portam melhor. Ah, e as avezinhas, essas coitadinhas, que levavam gripes no bico a todos os cantos do mundo? Ouvi dizer que o Fernão Capelo resolveu o assunto passando a voz por todos os continentes. Cheia a pança à custa do pilim do Zé, bye bye gripe aviática. Mas eu sempre disse à minha Joaquina que chegaria a vez dos porcos, que era impossível um animal tão porco não nos cuspir a gripe da praxe. E “prontos”, cá está ela. Valha-nos o Tamiflu, da Roche do costume. Aposto que a próxima gripe é a dos papagaios! Pelo sim, pelo não, já proibimos esta colorida e tagarelática ave cá no nosso condomínio...

2 comentários:

Eu mesma... disse...

E o mais impressionante é que as pessoas são estúpidas o suficiente para se deixar levar pelo pânico desmedido e sem fundamento nenhum...

Anónimo disse...

este texto está um espanto :)
parabens
MC