São seis da tarde, ouvem-se melodias de Natal. O Baião dança com a mãe: finalmente algo interessante. Ele ri-se. Aqui ao lado, sentado num capuchino, enlevo-me em duas palavras e em três toques de telefone. Aquele cromo da TV tem dois cornos de veado, quer ser diferente e é-o à sua maneira. O que vou comer à noite? Haverá roupa velha pelo frigorífico? Aqui ao lado há quem esfregue os dedos de contente, não sei bem porquê – ou talvez saiba. Ai que linda a moça da TV, com sotaque italiano. Quem me dera falar assim, como ela, mas em português. O raio da nossa língua é dura que se farta, tem um som demasiado metálico, razão tem o gerúndio brasileiro, com ar de samba e de ancas a abanar. Meu Deus, as ancas brasileiras são de mais!.. Que vou comer à noite?
domingo, dezembro 28
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