Ontem o P. arranhou-se na árvore de Natal. Não é suposto, mas acontece, principalmente se debaixo tilintam luzes ou ecoam belos presentes. Arranhou-se, pois, ou aranhou-se. Porque no Natal até as aranhas têm direito à ribalta.
Aqui ao lado, nas frígidas escarpas castelhanas, o verbo não arranha, mas araña. E araña porque faz como a araña. Por cá, porque a garganta arranha que se farta quando duplica por exemplo o rr, lá se fortaleceu o verbo. E de arañar temos arranhar. Quem arranha faz como a aranha, assim como que esgravatando, fazendo uns movimentos, uns rabiscos, uns tracitos que às vezes ferem, mas que, outras vezes, sabem muito bem, principalmente quando piscamos os olhos aos embrulhos de Natal.
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