EL JUEGO DEL ANGEL
Sempre que possível, gosto de ler os escritores estrangeiros na língua original. Desta feita, e porque é possível, leio em espanhol, língua acessível a qualquer português minimamente formado. Não tinha lido nada de Carlos Ruiz Zafrón. Aliás, começo agora a lê-lo, e à minha maneira: leio o primeiro capítulo e invisto no critério do gosto. Se gosto, leio de rajada até ao fim. Se não gosto, adeus até nunca mais.
Começo com El juego del Angel. Ao fim de uns minutos leio que “Don Basílio era un hombre de aspecto feroz y bigotes frondosos que no se andaba con ñoñerías y suscribía la teoría de que un uso liberal de adverbios y la adjetivación excesiva eran cosa de pervertidos y gentes con deficiencias vitamínicas”. Advérbios, adjectivos, perversão, gosto do estilo. Vou continuar. E mais quando relevo a militância do candidato a escritor:
—No se embale, pollo. A ver, ¿qué piensa usted deluso generoso e indiscriminado de adverbios y adjetivos?
—Que es una vergüenza y debería estar tipificado en el código penal —respondí con la convicción del converso militante.
Como diria Pedro Vidal, esto sólo es el principio, en diez años yo seré el aprendiz y tú el maestro.
Para continuar.
quarta-feira, dezembro 31
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