Para quem é, bacalhau basta
Quando eu era rapazote, de canastra na cabeça e pose lampeira, as sardinheiras apregoavam em bem sincopados pregões: “Vinte à croa!”. Era o tempo da sardinha farta e só aparentemente barata. Pelas bandas da aldeia, comer uma sardinha era descobrir o cheiro do mar, e como ela sabia bem em cima de um naco de pão…Tal como as iscas de bacalhau, iscas fritas, que o bacalhau cozido ficava sempre debaixo das couves e das batatas até ao arroto final. Naquele tempo, pois, eram a sardinha e o bacalhau. Peixe do povo, que nem de léguas mirava outras suculentas barbatanas. Para o povo, chegava a sardinha e o bacalhau. Aliás, era o que podia comer, quando de longe se apregoava o pitéu. Mas para os outros havia com certeza boa lagosta e bom camarão. “Para quem é, bacalhau basta”. Naquele tempo, que não agora. Porque agora, o bacalhau não basta ao povo. Já viram o preço dele? Ontem fui comprar duas postas demolhadas, congeladas, assim para o pequeno. Fiquei de olhos em bico: 15 euros (que saudadinhas da croa = coroa=50 centavos)! Meu Deus, como os tempos mudam. No S. João paguei sardinha assada a 3 euros… Não! Temos de mudar a expressão. Melhor será dizer que, “Para quem é, bacalhau talvez baste”. Isto se quisermos dar de oferenda um bacalhau ao grande amigo. Ou talvez um peru. Mas cuidado com os sentidos, que esta língua é mesmo muito traiçoeira…
Quando eu era rapazote, de canastra na cabeça e pose lampeira, as sardinheiras apregoavam em bem sincopados pregões: “Vinte à croa!”. Era o tempo da sardinha farta e só aparentemente barata. Pelas bandas da aldeia, comer uma sardinha era descobrir o cheiro do mar, e como ela sabia bem em cima de um naco de pão…Tal como as iscas de bacalhau, iscas fritas, que o bacalhau cozido ficava sempre debaixo das couves e das batatas até ao arroto final. Naquele tempo, pois, eram a sardinha e o bacalhau. Peixe do povo, que nem de léguas mirava outras suculentas barbatanas. Para o povo, chegava a sardinha e o bacalhau. Aliás, era o que podia comer, quando de longe se apregoava o pitéu. Mas para os outros havia com certeza boa lagosta e bom camarão. “Para quem é, bacalhau basta”. Naquele tempo, que não agora. Porque agora, o bacalhau não basta ao povo. Já viram o preço dele? Ontem fui comprar duas postas demolhadas, congeladas, assim para o pequeno. Fiquei de olhos em bico: 15 euros (que saudadinhas da croa = coroa=50 centavos)! Meu Deus, como os tempos mudam. No S. João paguei sardinha assada a 3 euros… Não! Temos de mudar a expressão. Melhor será dizer que, “Para quem é, bacalhau talvez baste”. Isto se quisermos dar de oferenda um bacalhau ao grande amigo. Ou talvez um peru. Mas cuidado com os sentidos, que esta língua é mesmo muito traiçoeira…
1 comentário:
Mais vale é sermos todos vegetarianos. A nossa saúde,o ambiente,as nossas carteiras e os animais agradecem.
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