terça-feira, março 3

Escritores, esses novos proletários…

Leio no Magazine Littéraire e não me admiro : o caminho da criação literária enche-se de escolhos, entre os quais avulta a ausência progressiva de leitores. É assim em Inglaterra, pelos vistos é assim em França e, evidentemente, é também assim em Portugal. O problema pode sintetizar-se na afirmação de Jean-Marc Roberts, diretor da Stock: «dans quelques années, il va devenir impossible aux éditeurs de faire leur métier : soutenir des projets littéraires qui ne sont pas rentables à court terme, et permettre à des écrivains de vivre de leur plume». Na pior das hipóteses, enterrado o criador, de que alimentaremos o nosso insonso espírito? A leitura é a vitamina do coração. Vitaminemo-nos lendo. Ao fazê-lo alimentamos também o criador, ou, se preferirmos, o Criador.

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