No âmbito linguístico e literário, o pleonasmo é uma redundância. Por norma, enfatiza algo que já foi dito, ora de forma simples ou compósita. Subir para cima, descer para baixo ou gritar alto são pleonasmos comuns, usados pelos utentes da língua nas mais diversas circunstâncias. Tal como comum é o pleonasmo entrar para dentro. Mas, será esta expressão sempre pleonástica? Isto é, poderei em alguma circunstância entrar para fora? Claro que não, dirão todos “em uníssono”. E eu direi que sim. Ou pelo menos, dizia um treinador de futebol que tive nos meus tempos mais imberbes. Era argentino e tinha um sotaque brasileiro interessantíssimo. Nos momentos tácticos, colocava-nos à entrada da grande área, mas fora dela. Lembremo-nos que a área é delimitada de forma perpendicular, em que as linhas referenciais são uma horizontal e uma vertical. Dizia-nos então no seu timbre bem sonante:
Paulão, você está aqui perto da área. Se movimenta, né? Justino, você também, se movimenta, né? Paulão, você entra p’a dentro, hem? (da linha horizontal). Justino, você entra p’a fora (da linha vertical). O Nené bate a bola na linha, Justino você cruza e Paulão faz gol. Pô, é simples!
Às vezes a jogada resultava. A explicação também. Como se vê, nem sempre pleonasmo é vício. Às vezes é virtude... principalmente quando resulta em golo.
Paulão, você está aqui perto da área. Se movimenta, né? Justino, você também, se movimenta, né? Paulão, você entra p’a dentro, hem? (da linha horizontal). Justino, você entra p’a fora (da linha vertical). O Nené bate a bola na linha, Justino você cruza e Paulão faz gol. Pô, é simples!
Às vezes a jogada resultava. A explicação também. Como se vê, nem sempre pleonasmo é vício. Às vezes é virtude... principalmente quando resulta em golo.