“Também lês disso?”, perguntaram-me um dia quando me viram com “A Bola” na mão. Pergunta estúpida. “A Bola”, o “Record”, o “Jogo” e outros jornais desportivos são veículos importantíssimos de cultura e, num país que assume o seu profundo gosto pelo futebol, veículos quase insubstituíveis. De manhã, quando tomo o meu cafezito na esplanada em frente, não há cliente que não folheie um jornal desportivo, entre outros. Se não aprofundam outro tipo de leitura, que as pessoas leiam pelo menos jornais. Por isso fiquei contente quando peguei hoje no “Record” e vi lá uma pequena entrevista a Aguiar e Silva, professor catedrático jubilado das Universidades de Coimbra e Minho. Não sabia que o professor tinha jogado futebol, que aprecia natação ou atletismo. Mas era fácil presumir o seu amor pela cultura desportiva: profundíssimo conhecedor da cultura greco-latina, ele sabe que nos jogos olímpicos da antiguidade se projectava a humanidade em todo o seu esplendor. Se até as guerras paravam para ver os desportistas…
Viva o desporto! Vivam os jornais desportivos! Vivam todos os que acreditam que a CULTURA também se faz de dardos, de discos, de varas e de relvas, de campos enlameados, de palavras, de frases e de ideias além dos nossos grandes saramagos.
Viva o desporto! Vivam os jornais desportivos! Vivam todos os que acreditam que a CULTURA também se faz de dardos, de discos, de varas e de relvas, de campos enlameados, de palavras, de frases e de ideias além dos nossos grandes saramagos.