Que não tinha estaleca para o lugar, disse-lhe o treinador. Que não tinha estofo, cabedal, ânimo, energia, técnica, capacidade para cumprir a função, supõe-se. Porque a palavra nem vem no dicionário. E nem se percebe porquê, porque estaleca é palavra muito usada em todo o Portugal, no Brasil e em todos os países de língua oficial portuguesa. Eu sei porque o confirmei com diversos falantes. Mas pronto, o Dicionário da Academia também não a acha relevante, nada a fazer. Mas o Houaiss sim, esse tem-na, com a significação atrás atribuída. Curiosamente, refere a palavra como sinónimo de dinheiro, e nessa acepção nunca a ouvi. Já ouvi leca, “fulano tem muita leca”, mas “fulano tem muita estaleca”, muito dinheiro, jamé, como disse o outro. No Brasil até é vista como moeda de um concurso qualquer, creio que do género Big Brother. Já dei voltas e voltinhas e da sua etimologia nada sei. Mas gostava de saber. Há algo porém que sei, e definitivamente: estes nossos políticos não têm estaleca para agarrar o nosso país pelos cornos, para levantá-lo pujante até às nuvens da nossa salvação. E deviam ter, não deviam? Que acham?...
quinta-feira, abril 30
sábado, abril 25
25 DE ABRIL
Hoje é sábado, dia 25 de Abril। A data não me é estranha, houve um tempo em que… De manhã, o céu estava azul. Agora, não sei porquê, cobre-se de nuvens cinzentas. A vida é assim: às vezes é azul clarinho, outras escurece… Nada como ir vivendo e aceitando. Por falar nisso, a Hilary foi ao Iraque. Que iria ela lá fazer? E o nosso amigo Sócrates, o filósofo português, que andará a fazer neste fim-de-semana? Gosto destes filósofos do nada, são uns niilistas e, claro, não dizem nem fazem nada. Ouvi dizer que vai ser processado pela Manuela. Este é um país de processos. Não, escrevi mal, de abcessos. Estou aqui a pensar no que vou fazer segunda-feira. Mas segunda é um futuro muito longínquo, acho que vou pensar no amanhã. Oxalá dê sol, talvez me estire na areia de Ofir. Às vezes vou lá para ver surfar as gaivotas e piscar o pôr-do-sol.
Hoje, portanto, é o dia 25 de Abril. Olho em volta: onde estão os nossos ideais? O dia acordou cheiinho de sol, porque está tão nublado agora?
Hoje, portanto, é o dia 25 de Abril. Olho em volta: onde estão os nossos ideais? O dia acordou cheiinho de sol, porque está tão nublado agora?
quarta-feira, abril 22
À RASQUINHA LÁ VAMOS ANDANDO INDO...
De Metakrítica
Lembram-se da geração rasca, do nosso sábio Vicente? Pois é verdade, dizem que anda por aí um adjectivo vestido de negro, a impor-se às criancinhas, transformando-os em indigentes analfabetos. Dizem, mas eu não acredito. Porque não há gerações ordinárias, muito menos reles. Há é o que há, e se calhar a culpa é da sobrinha. Os dicionários bem registam estas e outras acepções. Na Madeira, parece que gostam destas rascas, desde que bem tostadinhas com manteiga. Os pescadores chamavam rasca aos barquinhos de pesca, e daí talvez rascar, verbo assim meio para o arcaico. O Dicionário da Academia nem menciona este verbo e penso que não faz bem. Porque, no verbete do rasca, lá vem a referência a uma pretensa derivação regressiva do verbozinho rascar, e ele foge-que-te-agarro. Mas é verdade que andamos todos à rasca, eu diria mesmo à rasquinha, e isto talvez queira dizer que andamos aflitos nas ondas do nosso tumultuoso mar. Que isto de ser pescador sem cana tem que se lhe diga. Que o diga o sapiente Sócrates, que parece que rema, mas só abana.
De Metakrítica
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