quarta-feira, janeiro 31

TENHO ÊXITO, PORTANTO, SOU FELIZ!

Num livro conhecido e muito interessante, A conquista da felicidade, diz a dado passo o grande filósofo Bertrand Russel:

A raiz do mal reside no facto de se insistir demasiadamente que no êxito da competição está a principal fonte da felicidade. Não nego que o sentimento do triunfo torna a vida mais agradável. Um pintor, por exemplo, que viveu obscuramente na juventude, decerto se sentirá feliz se o seu talento acabar por ser reconhecido. Não nego também que o dinheiro, até um certo limite, é capaz de aumentar a felicidade; para lá desse limite, julgo que não. O que eu afirmo é que o êxito só pode ser um dos vários elementos da felicidade e que é demasiado o preço pelo qual se obtém se a ele se sacrificam todos os outros.

Há dias, a televisão portuguesa mostrou uma entrevista de uma senhora que decidira parar. Dizia a inteligente senhora que, depois de fazer contas, achava desnecessário procurar o êxito debaixo do agoniante stresse, e que conseguiria viver bem e ser feliz com a quarta parte do que recebia mensalmente. Para quê viver um dia-a-dia agoniante se podia, pura e simplesmente, apreciar a beleza da vida, o chilrear vibrante dos pássaros, o pôr-do-sol raiado, os sorrisos das crianças nos parques… E decidira, portanto, antecipar o fim da sua carreira em nome da sua felicidade. Ambos, Russel e a senhora, têm razão. O dinheiro, até um certo limite, ajuda a ser-se feliz. A partir daí, estou certo de que só traz infelicidade. Estou como aquela senhora. Um dia destes decido-me por viver, porque até hoje só sobrevivi. Porque, para olhar o sol ou ouvir os pássaros, não é necessário pagar bilhete. E a água das nascentes é de graça…

quarta-feira, janeiro 17

O ESPÍRITO E A ALMA

A Cláudia hoje levou um texto do Eugène Delacroix. Falava do espírito e da alma como coisas distintas no ser humano. Que, portanto, temos corpo, e espírito, e ainda alma. Nunca tinha pensado nesta tríade; aliás, nas minhas divagações mais ou menos filosóficas, a mente sobreleva o corpo, e há muito que coloquei na estante essa diferença consubstanciada em palavras tão irreais, tão indefiníveis, como espírito ou alma.Lembro-me do Óscar Wilde problematizar a órbita da alma: nunca o entendi muito bem.Lembro-me também do Lars Gustaffson e da sua alma esférica: também não percebi niente. Aceitando, no entanto, que o riso é, como diria Dostoievski, o melhor indicador de um certo estado de alma ( outros dirão estado de espírito), então vamos rindo, ou antes, sorrindo das palavras e mergulhando nelas.
Para tirar dúvidas, vou ao dicionário. Todavia, também tu Catilina, apenas me diz, entre milhões de explicações, que a alma é a parte imaterial do homem, o que também é o espírito.Se sou fraco de espírito, sou fraco de alma? O meu estado de espírito actual é diferente do meu estado de alma? Ter grandeza de espírito é ter grandeza de alma? Delacroix deve ter razão, o espírito projecta-se da mente, a alma do coração. Ou é ao contrário? O que sei é que estou de alma e coração com a minha gente, como se o coração fosse apenas corpo, a parte material, a parte não simbólica da coisa. Deve ser por isso que o sinto pingue-pingue, rotinho de todo, quando me dói a alma. Porque o espírito, esse, parece-me já de grande contradição. Eu sou um paz de alma e a minha alma anda muito errante... Mas obrigado, Cláudia, por me obrigares a pensar.

quinta-feira, janeiro 11

ACTUALIZAÇÃO DA PÁGINA DINHEIRO

Informo os eventuais interessados que a página DINHEIRO, em link no lado esquerdo desta página, está a ser actualizada. Encontram-se activos os reis Fernando I, Pedro I, Afonso IV, D. Dinis, D. Afonso III, D. Sancho II, D. Afonso II, D. SANCHO I e D. AFONSO I, isto é, toda a primeira dinastia.
Algumas imagens ou classificações podem, neste momento, estar trocadas ou com erros. Peço desculpa por esse facto.
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quinta-feira, janeiro 4

AINDA HÁ DISTO...

Notícia de um jornal brasileiro:

Mulher distribui dinheiro em ônibus na véspera de Natal.

Uma mulher subiu em ônibus, cumprimentou os passageiros com "Feliz Natal" e entregou a cada um dele um cartão e uma nota de US$ 50 antes de sair e fazer o mesmo no ônibus seguinte em Spokane, Estado de Washington, nos Estados Unidos.
A acção da mulher foi tão rápida que as descrições sobre a benfeitora são divergentes. "Ela manteve sua cabeça baixa. Nunca a vi antes", disse o motorista Max Clemons. "Havia um jovem no fundo do ônibus. Ele estava quase chorando e disse que 'ela não sabe o quanto isso vai significar no Natal' em inglês com sotaque forte."
Dan Kolberto, porta-voz do sistema de trânsito da cidade, disse que não foi possível identificar a mulher e parece que o acto não faz parte de uma campanha de marketing.
A mulher distribuiu envelopes que diziam "de um amigo a um amigo". "A pessoas naquela linha realmente precisavam do dinheiro", disse o motorista.

Como diria Sttau Monteiro, felizmente há luar.