BANCARROTA
Chipre e a possível bancarrota. Ouço a palavra e sinto um arrepio. Há palavras que atravessam os espaços, que agulham aqui e ali, que ferem e fazem sangrar. Percorro-os e pressinto: Islândia, Irlanda, Grécia, Portugal, Espanha, Itália, Chipre. O sul sem norte, o sul desnorteado. Ouço Francisco, o papa novo. Ouço palavras novas, a pobreza, a alegria, a comoção. E o contacto com a desgraça. Que mundo vem aí pelos córregos desta vida? Que amanhã oferecemos aos filhos minguados? No meio das intempéries, acredito no sorriso. Porque, se não acredito, resta-me a morte. E eu não quero pensar nela.