EDGAR MORIN
Às vezes lemos autores que nos
fazem pensar. Quando queremos pensar, que isso incomoda como andar à chuva, já
dizia o poeta. Já conhecia de passagem os trabalhos do físico dinamarquês Niels
Bohr, cujos resultados, aplicados essencialmente à física quântica, têm
contribuído para a decifração da complexidade da estrutura atómica. Não
conhecia, no entanto, referências mais abrangentes. Se o separado é também o
inseparável, se a partícula microfísica é, consoante a observação, tanto onda
contínua quanto corpúsculo; se o indivíduo se dissolve no todo que é a
sociedade (olhando-se a sociedade) e se a sociedade se dissolve (olhando-se o
indivíduo), apercebemo-nos de como os paradigmas se cruzam, e de como as
ciências se interpenetram e complementam. Leio Edgar Morin (Mes philosophes, Germina: 2011) e avanço
no meu conhecimento. Se Heraclito foi o primeiro e Ivan Illich um dos últimos,
qual será o próximo filósofo de Morin?