segunda-feira, dezembro 17

O conhecimento pronto estanca o saber;
A dúvida provoca a inteligência.



No que respeita ao conhecimento pronto, este é decerto o pior inimigo das nossas mentes, pois inculcar tal tipo de ideias preconcebidas não permite fundamentar e expandir as nossas verdadeiras opiniões. Não concebo que haja indivíduos incapazes de pensarem por si mesmos neste mundo e, como tal, não vejo razão para não se exprimirem de livre e espontânea vontade, porque saber expor o que nos vai na alma é saber expor a realidade e os seus factos, mesmo que isso implique confrontarmo-nos com opiniões opostas ou com outras com que não concordamos. Sempre que nos deparamos com os media ou até com uma força política, não devemos deixar-nos iludir pelas belas palavras, mas sim fazer tábua rasa dessas ideias que, à força pretendem paralisar o nosso sistema cognitivo.

O saber e a dúvida são os nossos únicos aliados neste combate, na medida em que só com eles conseguimos transmitir interesse pelo que nos rodeia, abrindo-nos caminho para uma visão mais clara e ampla sobre o mundo.

Como uma flor que necessita de água e sol para ser bela, também a inteligência merece informações actualizadas para ser cultivada, mas, por sua vez, essas informações devem passar por etapas de selecção informativa, isto é, privilegiar o essencial e construir a sua própria opinião à volta desse tema e pesar os prós e os contras.

Para tal, basta, desde muito cedo, privilegiar uma educação aberta e sensível aos assuntos do quotidiano que vão surgindo, porque viver cada dia que passa é também instruir-se, mesmo com as coisas mais banais existentes à nossa volta, basta só olhar com atenção para as coisas demasiado escondidas…

Elsa Santos, aluna de Línguas Aplicadas, Universidade do Minho

sábado, dezembro 8

PERSISTÊNCIA

Cérebro das crianças, 1 – Cérebro do adulto, 0

- Papá, podemos comer um gelado?
- Não, responde o pai, distraído.
- Papá, queremos um gelado.
- Já disse que não.
- Ohhhhhhhhh, vá lá, papá, queremos um gelado!
- Já disse que não. Parem de pedir.
- Papáááááá, por favooooor, queremos um GELADO!
- Parem de me aborrecer e deixem-me tranquilo. Já disse que não.
Após um momento e pausa e reflexão, as miúdas insistem:
- Vá lá, papááááá, por favoooooooor, queremos um GELADO!
- Já disse que não e é não.
Novamente, depois de uma pausa, de se abraçarem às pernas do pai e de olharem para ele com ar suplicante, começa a canção ao estílio de Olívia:
- Queremos um gelado! Queremos um gelado! Queremos um gelado! Queremos um gelado! Queremos um gelado! Queremos um gelado! Queremos um gelado! Queremos um gelado! Queremos um gelado! Queremos um gelado! Queremos um gelado! Queremos um gelado! Queremos um gelado! Queremos um gelado! Queremos um gelado! Queremos um gelado! Queremos um gelado! Queremos um gelado! Queremos um gelado! Queremos um gelado! Queremos um gelado! Queremos um gelado! Queremos um gelado! Queremos um gelado!
- PRONTO, ESTÁ BEM! Mas só desta vez!

Acabo de ler o livro de Tony Buzan, A Criança Inteligente. Li-o até ao fim. Bom sinal. Fui persistente, como as miúdas do gelado. Sem PERSISTÊNCIA não vamos a lado nenhum!